Escolher entre rendimento fixo ou rendimento variável é uma das decisões financeiras mais relevantes, tanto para quem está a começar a investir como para quem pretende rever a sua estratégia financeira. A resposta depende do perfil de risco, objetivos a curto e longo prazo, e do contexto económico atual.
Neste artigo, explicamos as principais diferenças entre rendimento fixo e variável, os prós e contras de cada um e como escolher a melhor opção para si.
O que é rendimento fixo?
O rendimento fixo corresponde a instrumentos financeiros em que as condições de rentabilidade e de reembolso são, à partida, conhecidas. Normalmente, tratam-se de produtos de dívida emitidos por entidades públicas ou privadas que garantem um retorno previsível.
Exemplos de instrumentos de rendimento fixo:
- Certificados de Aforro
- Obrigações do Tesouro
- Depósitos a prazo
- Obrigações de empresas
- Certificados do Tesouro
Estes produtos são considerados de baixo risco, especialmente quando emitidos por entidades com elevada credibilidade, como o Estado português ou grandes instituições financeiras.
O que é rendimento variável?
O rendimento variável refere-se a produtos financeiros cujo retorno não é garantido, sendo influenciado pelas condições de mercado. Ou seja, o investidor pode ganhar, perder ou manter o capital investido.
Exemplos de produtos de rendimento variável:
- Ações
- Fundos de investimento mobiliário
- ETFs (fundos negociados em bolsa)
- Criptomoedas (com um nível de risco muito elevado)
- Imobiliário (dependendo da valorização do ativo)
Estes instrumentos envolvem risco acrescido, mas também maior potencial de rentabilidade, sobretudo no longo prazo.
Vantagens e desvantagens do rendimento fixo
Vantagens:
- Segurança e previsibilidade do retorno
- Menor volatilidade
- Boa opção para perfis conservadores ou para objetivos a curto prazo
- Ideal para reforçar a liquidez da carteira
Desvantagens:
- Rentabilidade limitada, muitas vezes inferior à inflação
- Penalizações em caso de resgate antecipado
- Menor flexibilidade em contexto de subida de taxas de juro
Vantagens e desvantagens do rendimento variável
Vantagens:
- Potencial de valorização elevado
- Possibilidade de dividendos no caso de ações
- Adequado para objetivos a médio/longo prazo
- Permite acompanhar o crescimento económico
Desvantagens:
- Risco elevado, incluindo perda total do capital investido
- Alta volatilidade em períodos de instabilidade
- Requer maior acompanhamento e conhecimento do mercado
Perfil de investidor: um fator essencial
Antes de decidir qual tipo de rendimento escolher, é fundamental identificar o seu perfil de investidor:
- Conservador: dá prioridade à segurança e preservação do capital. O rendimento fixo é o mais indicado.
- Moderado: aceita algum risco em troca de uma rentabilidade maior. Pode combinar rendimento fixo com uma parte em variável.
- Arrojado: tolera a volatilidade e tem foco na valorização do capital a longo prazo. O rendimento variável tende a ser predominante.
Qual é o prazo do seu objetivo?
O horizonte temporal também é determinante:
- Curto prazo (até 2 anos): rendimento fixo tende a ser a escolha mais sensata, devido à estabilidade e liquidez.
- Médio prazo (2 a 5 anos): pode ponderar uma combinação dos dois tipos de rendimento.
- Longo prazo (mais de 5 anos): o rendimento variável ganha vantagem, sobretudo se estiver disposto a aceitar oscilações de mercado.
Contexto económico: quando optar por cada tipo?
Num ambiente de taxas de juro altas, os produtos de rendimento fixo podem oferecer retornos interessantes, especialmente os de nova emissão. Já num contexto de mercados em recuperação ou crescimento económico, o rendimento variável tende a apresentar melhor performance.
Além disso, em momentos de incerteza geopolítica ou instabilidade financeira, os investidores geralmente procuram refúgio em ativos de menor risco, como as obrigações do Estado, o que valoriza os produtos de rendimento fixo.
Estratégia de diversificação
Independentemente do seu perfil ou objetivos, a diversificação é uma prática fundamental. Combinar ambos os tipos de rendimento pode equilibrar risco e retorno:
- Uma carteira diversificada pode incluir 70% de rendimento fixo e 30% de variável para um perfil moderado.
- Para um perfil mais agressivo, a relação pode inverter-se.
Dicas práticas para escolher
- Avalie a sua tolerância ao risco: se oscilações fortes no valor do seu investimento o deixam desconfortável, opte por rendimento fixo.
- Defina metas claras: poupança para uma entrada numa casa, reforma ou fundo de emergência exigem estratégias diferentes.
- Compare rentabilidades líquidas: tenha em conta o impacto da inflação e da tributação sobre os rendimentos.
- Acompanhe o mercado: esteja atento a decisões do BCE, inflação e tendências económicas.
- Revise regularmente o seu portefólio: o que é adequado hoje pode já não o ser daqui a um ano.
Não existe uma resposta única para todos. A escolha entre rendimento fixo e rendimento variável depende das suas circunstâncias pessoais, perfil de risco e objetivos. Para muitos investidores, a solução passa por combinar ambos os tipos, tirando partido da segurança do rendimento fixo e do potencial de crescimento do rendimento variável.
Ao planear os seus investimentos de forma informada e estruturada, estará mais preparado para enfrentar os desafios económicos e alcançar uma maior estabilidade financeira.
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