O custo da alimentação é um dos principais fatores que impactam o orçamento familiar. Em 2025, os portugueses continuam a sentir esse peso na carteira, com o preço do cabaz alimentação a registar oscilações frequentes. Mas afinal, quanto custa hoje essa “cesta básica” composta por produtos essenciais? Vamos analisar os dados mais recentes, perceber as tendências e dar-te dicas para poupar no supermercado.
1. O que é o Cabaz Alimentação?
O cabaz alimentação refere-se a uma seleção de cerca de 63 produtos considerados essenciais — carne, peixe, frutas, legumes, laticínios, cereais, entre outros — cuja evolução de preços é monitorizada por entidades de referência para avaliar a pressão no orçamento das famílias.
É um indicador fundamental porque reflete as tendências do consumo alimentar real das famílias portuguesas.
2. Quanto custa atualmente o cabaz?
Descidas recentes
Apesar desses aumentos, o preço médio do cabaz alimentar, composto por 63 produtos essenciais e monitorizado pela DECO PROteste, permaneceu bastante estável, apresentando uma ligeira diminuição de 46 cêntimos, situando-se agora em 238,95 €.
Subidas desde janeiro
Apesar desta redução, desde o início de 2025 o cabaz já subiu cerca de 7 € em alguns levantamentos, reflectindo um aumento acumulado de aproximadamente 1,17% desde janeiro .
3. Quais os produtos que mais influenciam?
Subidas semanais
Entre os dias 19 e 26 de junho de 2025, vários produtos alimentares essenciais em Portugal registaram aumentos consideráveis nos seus preços. De acordo com a análise da DECO PROteste, os itens que mais subiram de preço foram:
- Cebolas: O aumento foi de 21 cêntimos, o que equivale a uma subida de cerca de 18%, com o preço médio a passar de 1,19 € para 1,49 € por quilo.
- Massas espirais: Houve um acréscimo de 13 cêntimos, representando uma subida de cerca de 13%, com o preço médio a passar de 1,00 € para 1,13 € por quilo.
- Douradinhos de peixe: O preço aumentou em 54 cêntimos, o que corresponde a uma subida de aproximadamente 11%, com o valor médio a passar de 4,90 € para 5,44 € por embalagem.
Evolução desde janeiro
Desde o início do ano, os aumentos mais significativos foram:
- Ovos: +27 %
- Maçã Gala: +24 %
- Laranja: +20 %.
4. Quão elevado está o cabaz em contexto histórico?
Comparação com anos anteriores
- Em janeiro de 2022, o cabaz custava cerca de 187,70 €. Agora, está cerca de 51–52 € mais caro — um aumento acumulado de ~27% em pouco mais de três anos.
- Nos últimos três anos, o cabaz de verão subiu cerca de 25%, com produtos como o azeite (+60%), batata vermelha (+43%), salsichas (+41%), carapau (+32%) e dourada (+30%).
Sobreposição com salários
O aumento médio do preço dos alimentos básicos (~35%) supera o incremento do salário mínimo (+23%) entre 2022 e 2025.
5. Por que é que os preços estão tão altos?
As principais razões incluem:
- Choques de oferta
- A guerra na Ucrânia afetou a disponibilidade de cereais; há impacto do aumento dos custos de fertilizantes e energia.
- Inflação global
- Embora a inflação geral tenha abrandado recentemente, ainda permanece elevada nos alimentos frescos (cerca de 2,6% em maio de 2025).
- Fim de benefícios fiscais
- A isenção temporária de IVA em produtos alimentares terminou em janeiro de 2024, o que contribuiu para novos aumentos.
6. Como poupar no cabaz alimentação?
Para aliviar o impacto no bolso, aqui ficam algumas estratégias:
a) Comparar preços online
Utiliza simuladores como o da DECO para comparar o custo do cabaz entre supermercados, por tipo ou localização.
b) Comprar em mercados locais
Produtos hortofrutícolas em mercados de proximidade costumam ser mais baratos — especialmente fruta, vegetais, peixe e carne .
c) Aproveitar promoções inteligentes
Fica atento a promoções de proximidade e descontos em produtos com validade próxima.
d) Optar por marcas brancas
Marcas de distribuição podem oferecer preços até 30–40 % mais baixos do que os produtos de marca.
e) Reduzir desperdício
Planeia refeições, congela excedentes e evita compras por impulso para controlar melhor o consumo.
7. O que esperar para os próximos meses?
- A inflação alimentar tem dado sinais de abrandamento — mas continua acima da inflação global, refletindo pressão nos custos de produção.
- Caso os custos de energia e transporte estabilizem, poderá haver mais quedas pontuais no preço do cabaz.
O cabaz alimentação em Portugal custa agora cerca de 239 €, valor que, apesar de ter sofrido uma ligeira descida recente, continua muito acima dos níveis pré-pandemia (cerca de 188 € em 2022). A pressão dos preços prolonga-se devido aos fatores externos — guerra, inflação, custos de energia e fim de incentivos fiscais.
Contudo, há formas eficazes de reduzir o impacto na carteira: comparar preços, diversificar locais de compra, privilegiar marcas próprias e minimizar o desperdício.
Ter um plano de compras consciente pode fazer toda a diferença — especialmente numa altura em que cada cêntimo conta.
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